Depressão na Terceira Idade

Depressão: Na Terceira Idade.

Longevidade, Qualidade de Vida e Depressão

 

Ao longo dos anos, o ser humano tem realizado importantes conquistas sociais e científicas.

O avanço da medicina, as novas tecnologias, o processo de urbanização, a reestruturação no saneamento básico de saúde, a preocupação com um estilo de vida cada vez mais saudável,

envolvendo uma boa alimentação e a prática de atividades físicas, têm possibilitado aos indivíduos um aumento na longevidade, diminuindo assim os índices de mortalidade.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, estima-se que o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas até o ano de 2025 e que nos próximos 43 anos, o número de idosos será três vezes maior do que quantidade atual.  

Mas, todas essas mudanças, muitas vezes não vêm acompanhadas de melhora na qualidade de vida de idosos.

 Isso porque, muitos necessitam de cuidados de outras pessoas, já que apresentam dificuldades de locomoção e nas atividades de vida diária, como: necessidades básicas, higiene pessoal, alimentação, dentre outros.

Esses aspectos podem causar, no idoso, constrangimentos, sentimentos de inutilidades, depressão, angústia e ansiedade.

Somado a isso, há um preconceito social de que o idoso não possui mais habilidades e não é produtivo como um adulto jovem, podendo acarretar nesse grupo,

sentimentos de incapacidade frente à vida, baixa autoestima, tristeza, impotência e uma certa angústia por se aproximar o final da vida.

O processo do envelhecimento traz consigo não só mudanças de caráter biológico, como também mudanças psicológicas e cognitivas decorrentes da idade avançada.

Dentre os transtornos de ordem psíquica, a depressão ocupa destaque entre os idosos. Em pessoas acima de 60 anos, a depressão aparece com maior prevalência, em torno de 1% a 10%.

O que significa envelhecer com qualidade de vida?

O que significa envelhecer com qualidade de vida?

A avaliação da qualidade de vida envolve análise sobre a presença de doenças crônicas, capacidade de mobilidade física, a qualidade do sono/repouso, as funções cognitivas, satisfação sexual, a comunicação e interação social, atividades de lazer, trabalho e domiciliares, dentre outros.

Além disso, esse grupo vivencia, muitas vezes, um isolamento social, que pode agravar problemas crônicos, como a depressão.

É comum o relato do afastamento da família e uma inversão de papéis entre pais e filhos. Assim, o processo do envelhecimento, leva o idoso a ficar cada vez mais dependente de seus filhos.

Como alguns familiares nem sempre aceitam a posição de cuidadores, muitos idosos são inseridos em lares de asilados.

Idosos são mais vulneráveis. Então, como garantir os seus direitos e promover saúde?

A legislação brasileira, por meio do Estatuto do Idoso define idoso como sujeito de direito, a partir dos 60 anos de idade.

Importante ressaltar, que em vista das graves denúncias de violência e abuso cometidos contra essa população, a Lei veio como um instrumento cuja finalidade era coibir esse tipo de prática.

Ademais, é condição essencial que pessoas na terceira idade tenham acesso à saúde de qualidade, educação, assistência espiritual, convívio social e familiar, além de trabalho e diversão.

A Lei determina que o Estado e a família possuem responsabilidade compartilhada na garantia de direitos a essa população.

Apesar dos estudos que estão se desenvolvendo nas diferentes áreas, principalmente a Gerontologia, (campo que investiga as experiências de velhice e

envelhecimento em diferentes contextos socioculturais e históricos), ainda há poucos estudos diante da expectativa de vida da população de idosos para os próximos anos.

Envelhecer não é uma condição fácil no Brasil.

Os idosos ativos demonstram que a saúde é um estado de sincronia e bem-estar emocional e mental e podem ser cultivados em qualquer idade.

Procuram estímulos a fim de não serem excluídos da força de trabalho, do convívio social, na redescoberta de sua sexualidade e aumento de sua estima.

A forma como iremos envelhecer está muito ligada ao somatório da trajetória de vida de atreladas às características de personalidade de cada indivíduo.

Como ajudar um idoso que se encontra triste e sem esperanças?

Muitos idosos acabam desenvolvendo depressão, que pode ser agravada pelos processos de demência.

Sendo assim, o idoso precisa aprender, a cada dia, a se envolver mais no meio social, passando a conhecer mais as atividades que levam a maior interação no meio em que se encontra.

Atualmente o idoso traz consigo a necessidade de se relacionar dentro de espaços cada vez mais inovadores.

Levando em consideração esses aspectos, o envelhecimento acaba ganhando um papel de maior relevância no meio social.

O idoso atual não dá chances para aparecer somente como alguém que vive para cuidar dos afazeres de casa e de atividades rotineiras, as quais a terceira idade impõe.

A psicoterapia, a psicofarmacologia e as atividades lúdicas na terceira idade proporcionam ao indivíduo uma sensação de bem-estar, de acordo com as limitações físicas e emocionais de cada um.

DR Janaina M Filoco Psiquiatra 

Pôr os pensamentos em ordem significa por a casa em ordem. Você apenas consegue ter saúde mental quando você tem ordem nos pensamentos. 

Depressão: O que é? E agora?

Depressão: E agora? O que fazer?

O que é a depressão?

 

Para a Organização Mundial da Saúde – OMS, a depressão é o transtorno mental mais prevalente na atualidade, acometendo cerca de 350 milhões de pessoas no mundo.

Trata-se de um transtorno do humor, que requer a presença de 2 a 4 sintomas depressivos em pelo menos duas semanas consecutivas.

Situações de perdas ou fracasso são vivências naturais na vida humana, não é mesmo?

Um humor triste é uma resposta normal durante esses momentos que requerem entendimento do que ocorreu e adaptação frente a esse “novo” cenário.

Durante esse período conhecido como luto, em que o sujeito sofreu a perda de uma pessoa querida, uma derrota profissional ou uma decepção com alguém significativo, o corpo e a mente precisam se readaptar.

O retraimento, comum nesse momento, é uma característica que tem a função de economizar energia e os recursos internos para o que virá no futuro.

Nesse momento, esses primeiros sinais já indicam para as pessoas que aquele indivíduo está solitário, precisando de ajuda e acolhimento.

Porém, quando esses sintomas se prolongam, o quadro patológico da depressão pode estar instalado.

O transtorno depressivo tem uma origem multifatorial, que incluem alterações bioquímicas (neurotransmissores), fatores hereditários, além dos componentes sociais e psicológicos.

No Brasil, 5,8 % da população é afetada pela depressão

Então, como identificar? Quais são os principais sintomas para o diagnóstico de depressão?

O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-V elenca algumas principais características para identificação do transtorno depressivo:

  • – humor deprimido ou irritável;
  • – redução do interesse e do prazer nas atividades;
  • – alteração no peso (ganho ou perda acentuada);
  • – alteração no sono;
  • – alteração na atividade psicomotora (agitado ou letárgico);
  • – cansaço;
  • – ideias relacionadas à inutilidade, culpa ou inadequação;
  • – alteração cognitiva (atenção, memória e atenção);
  • – pensamentos intrusivos sobre morte e suicídio (planejamento, tentativa e consumação);

É importante dizer que esses sintomas trazem consequências nas relações sociais, pois a depressão atinge pessoas em todas as faixas etárias do ciclo da vida, incapacitando-as e comprometendo sua capacidade de trabalhar e estudar, gerando impactos econômicos.

Do ponto de vista da Terapia Cognitivo-Comportamental – TCC, o transtorno depressivo é formado pela tríade cognitiva, em que o indivíduo possui uma visão negativa sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre o futuro.

Além disso, pessoas deprimidas veem a si mesmas como defeituosas, indesejáveis e sem valor.

As situações ao seu redor são entendidas com pessimismo e sua visão sobre o futuro carregada de desesperança e sentimentos de perda e fracasso.

Importante dizer que, dentro de outros transtornos, os sintomas depressivos também podem se manifestar.

Os quadros clínicos mais comuns ocorrem no transtorno de estresse pós-traumático, demência,

esquizofrenia, alcoolismo e doenças clínicas (cardiopatias, câncer, etc).

A depressão também pode ser conhecida por outros sinônimos,

como transtorno depressivo maior, distimia, depressão como parte do transtorno bipolar, melancolia, dentre outros.

Sendo assim, como ajudar alguém deprimido?

De Forma, preventiva, o primeiro a ser feito, especialmente em crianças e adolescentes, é fortalecer o conhecimento sobre si mesmo e sua autoestima através de psicoterapia. De forma

Diante do quadro depressivo instalado no indivíduo, a conduta terapêutica mais recomendada é a combinação entre psicoterapia e psicofarmacologia.

A eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental no combate à depressão:

A Terapia Cognitiva-Comportamental -TCC foi desenvolvida por Aaron Beck na década de 1960, para tratamento da depressão. 

É uma abordagem em crescimento, que recorre a estudos ligados às neurociências.

Ela ajuda o paciente a identificar crenças limitadoras e a desenvolver estratégias para lidar com seu sofrimento.

Além disso, outras aptidões podem ser desenvolvidas para que o indivíduo apresente melhora no seu quadro e até mesmo

previna a sua ocorrência, como treinos das habilidades sociais, autocontrole e inteligência emocional.

Quando procurar um Psiquiatra?

Se você se identifica com os sinais descritos acima ou conhece alguém com esses sintomas, a recomendação é que procure um

Psiquiatra para auxiliar no processo diagnóstico correto e na orientação quanto a melhor medicação. Atualmente existem três grupos principais de medicamentos para depressão, como:

– Antidepressivos tricíclicos: Imipramina, Clomipramina, Amitriptilina, desipramina e Nortriptilina.

– Inibidores seletivos da recaptação da serotonina: Fluoxetina, Paroxetina, Citalopram, Escitalopram e Sertralina

– Inibidores da recaptação da serotonina e da noradrenalina: Venlafaxina, Duloxetina e Mirtazapina.

DR Janaina M Filoco Psiquiatra 

Pôr os pensamentos em ordem significa por a casa em ordem. Você apenas consegue ter saúde mental quando você tem ordem nos pensamentos.