Depressão: E agora? O que fazer?

O que é a depressão?

 

Para a Organização Mundial da Saúde – OMS, a depressão é o transtorno mental mais prevalente na atualidade, acometendo cerca de 350 milhões de pessoas no mundo.

Trata-se de um transtorno do humor, que requer a presença de 2 a 4 sintomas depressivos em pelo menos duas semanas consecutivas.

Situações de perdas ou fracasso são vivências naturais na vida humana, não é mesmo?

Um humor triste é uma resposta normal durante esses momentos que requerem entendimento do que ocorreu e adaptação frente a esse “novo” cenário.

Durante esse período conhecido como luto, em que o sujeito sofreu a perda de uma pessoa querida, uma derrota profissional ou uma decepção com alguém significativo, o corpo e a mente precisam se readaptar.

O retraimento, comum nesse momento, é uma característica que tem a função de economizar energia e os recursos internos para o que virá no futuro.

Nesse momento, esses primeiros sinais já indicam para as pessoas que aquele indivíduo está solitário, precisando de ajuda e acolhimento.

Porém, quando esses sintomas se prolongam, o quadro patológico da depressão pode estar instalado.

O transtorno depressivo tem uma origem multifatorial, que incluem alterações bioquímicas (neurotransmissores), fatores hereditários, além dos componentes sociais e psicológicos.

No Brasil, 5,8 % da população é afetada pela depressão

Então, como identificar? Quais são os principais sintomas para o diagnóstico de depressão?

O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-V elenca algumas principais características para identificação do transtorno depressivo:

  • – humor deprimido ou irritável;
  • – redução do interesse e do prazer nas atividades;
  • – alteração no peso (ganho ou perda acentuada);
  • – alteração no sono;
  • – alteração na atividade psicomotora (agitado ou letárgico);
  • – cansaço;
  • – ideias relacionadas à inutilidade, culpa ou inadequação;
  • – alteração cognitiva (atenção, memória e atenção);
  • – pensamentos intrusivos sobre morte e suicídio (planejamento, tentativa e consumação);

É importante dizer que esses sintomas trazem consequências nas relações sociais, pois a depressão atinge pessoas em todas as faixas etárias do ciclo da vida, incapacitando-as e comprometendo sua capacidade de trabalhar e estudar, gerando impactos econômicos.

Do ponto de vista da Terapia Cognitivo-Comportamental – TCC, o transtorno depressivo é formado pela tríade cognitiva, em que o indivíduo possui uma visão negativa sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre o futuro.

Além disso, pessoas deprimidas veem a si mesmas como defeituosas, indesejáveis e sem valor.

As situações ao seu redor são entendidas com pessimismo e sua visão sobre o futuro carregada de desesperança e sentimentos de perda e fracasso.

Importante dizer que, dentro de outros transtornos, os sintomas depressivos também podem se manifestar.

Os quadros clínicos mais comuns ocorrem no transtorno de estresse pós-traumático, demência,

esquizofrenia, alcoolismo e doenças clínicas (cardiopatias, câncer, etc).

A depressão também pode ser conhecida por outros sinônimos,

como transtorno depressivo maior, distimia, depressão como parte do transtorno bipolar, melancolia, dentre outros.

Sendo assim, como ajudar alguém deprimido?

De Forma, preventiva, o primeiro a ser feito, especialmente em crianças e adolescentes, é fortalecer o conhecimento sobre si mesmo e sua autoestima através de psicoterapia. De forma

Diante do quadro depressivo instalado no indivíduo, a conduta terapêutica mais recomendada é a combinação entre psicoterapia e psicofarmacologia.

A eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental no combate à depressão:

A Terapia Cognitiva-Comportamental -TCC foi desenvolvida por Aaron Beck na década de 1960, para tratamento da depressão. 

É uma abordagem em crescimento, que recorre a estudos ligados às neurociências.

Ela ajuda o paciente a identificar crenças limitadoras e a desenvolver estratégias para lidar com seu sofrimento.

Além disso, outras aptidões podem ser desenvolvidas para que o indivíduo apresente melhora no seu quadro e até mesmo

previna a sua ocorrência, como treinos das habilidades sociais, autocontrole e inteligência emocional.

Quando procurar um Psiquiatra?

Se você se identifica com os sinais descritos acima ou conhece alguém com esses sintomas, a recomendação é que procure um

Psiquiatra para auxiliar no processo diagnóstico correto e na orientação quanto a melhor medicação. Atualmente existem três grupos principais de medicamentos para depressão, como:

– Antidepressivos tricíclicos: Imipramina, Clomipramina, Amitriptilina, desipramina e Nortriptilina.

– Inibidores seletivos da recaptação da serotonina: Fluoxetina, Paroxetina, Citalopram, Escitalopram e Sertralina

– Inibidores da recaptação da serotonina e da noradrenalina: Venlafaxina, Duloxetina e Mirtazapina.

DR Janaina M Filoco Psiquiatra 

Pôr os pensamentos em ordem significa por a casa em ordem. Você apenas consegue ter saúde mental quando você tem ordem nos pensamentos.